Já viu a lua hoje, meu bem?
Que é transparente fina, reluzente?
Ilumina cada canto da minha rua,
Refresca o coração.
E a mente da gente, do apartamento.
Da gente, me lembra o amor
Conheço, também chamo felicidade.
Tudo começou com um grãozinho tão pequenininho
Do tamanho de um botão
Custava abrir e na metade do caminho
Pirou o cabeção
E decidiu escancarar que a verdade não se diz,
Se cala, pra tocar, se exala, pra jogar
Aí então foi que este grãozinho tão pequenininho
Criou a confusão
Grandes filósofos se perderam no caminho
Desfez a discussão
Tudo porque quem que garante que a verdade
Não se diz…..
Velhos e sábios comemoram o acontecimento
Descoberta milenar
E as crianças bem atentas concordam
Param de chorar
A tal verdade que todo mundo quer, não sei pra onde foi, não sei o que será,
Não se diz……
Quem imagina despir pra dançar
Pés corriqueiros de tanto penar
Glórias e festas ouvi neste chão
Coisas que só vejo aqui
Quem imagina dizer: desisti!
Sem ver labuta, não há redenção
Queira o rebento lançar seu cordão
Coisas que só vejo aqui
Quem imagina despir e rodopiar
Pés corriqueiros de tanto pisar
Glórias e festas ouvi neste chão
Coisas que só vejo aqui
Quem imagina poder resistir
Será sem lamento, só paz e perdão
Homens, mulheres puxando o cordão
Coisas que só ouço aqui
Vem menino, venha ver, o sol esquenta o chão
Ele acorda a cidade, me conduz pela mão
E rebenta em destino, diz que sim, não diz não
E fomenta a estrada pra sorrir multidão
Vejo já teu sorriso, teu calor, teu afã
Me acoberta de ouro, reina e cora a terra
E matura as sementes, chocolates e mel
Reina aqui, gargalheia, amanhece com o céu
A palavra correndo não sai da minha boca
Quanto mais se corre menos se chega a lugar nenhum
Preguiça de lembrar aquilo que sou
Inércia em frente à tela que produz e reproduz
O vazio tão cheio de ruas e avenidas centrais
Se quero, estabeleço
Se mudo, eu esqueço
Se corro, emudeço
Se brinco, esmoreço
No gesto, na fronte, no tipo austero de fazer e não ser.
Começar de novo, mente, correria
Começar de novo, mente, correria
Ria de você que não vê o que passou
A frugalidade te antecipa a qualidade
A de sonhar. (dia de sonhar)
Começar de nova mente, corre, ria
Começar de nova mente, corre, ria
Ria de você que já não vê o que passou
A frugalidade te antecipa a qualidade
A de sonhar (dia de sonhar)
Eu te falei sim, não adiantava correr sem saber pra onde ir, não adiantava torcer o nariz pra verdade nua e crua, casca dura de roer.
Se simplesmente toda vez que eu me olho penso em você e é você que vejo em mim. Corta como navalha a vontade, aliás a vontade sim, a vontade que é o que não curva o homem aos seus vícios.
Enquanto isso, não aceitava ser apenas mais um olhar na rua, não.
Justamente o olhar, o seu olhar que não me sai da cabeça não, não.
Considerava perder a inocência clara e rara de me perdoar em qualquer situação
E não ter mesmo medo não.
De encarar de frente sem olhar pra trás essa história de….
Começar de nova mente, corre, ria
Começar de nova mente, corre, ria
Ria de você que já não vê o que passou
A frugalidade te antecipa a qualidade
A de sonhar
uh…
Começou, já é um pouco d’água
pra regar o coração de tudo
História pra fazer qualquer um feliz
Aquece as artérias, despede a cabeça
Se topou, já é um cantinho de paz
Vibra um tanto que satisfaz
Mesmo tanto que dá pra sobrar, não vai faltar, vai deixar mercado em alta.
Diz que tá na moda, profere resultados,
Aumenta a audiência, despede amedrontados,
Melhora a saúde, não quer acomodados,
Faz mágica com o tempo, faz novo o ultrapassado
O amor é um e cabe dois.
Responde agora pra acabar com o depois.
Liberta sem ter certeza,
E abre corpo, peito, coração produz beleza.
Gente!
Se joga pra fora essa dor
Joga pra fora o temor
E consente ausente da mente
Não se ressente por nada perder só ganhar, mas é
Gente!
Que bota pra fora o estupor
Coloca pra fora essa dor
Que rejunta todas essas coisas
Por anos, sem planos, perde toda graça pois nega ser
Gente,
Bota pra fora essa dor!
Aprende jogar com vigor
E transforma o que tem em outros bens
Uusufruto de outros pra multiplicar e salvar toda
Gente,
Que escolhe curar essa dor,
Que bota pra fora o terror
Que rejunta tudo a priori,
Quando esse morre viu que ficou nada, nada, nada, nada…
Criatura nua, crua, dura, pura.
Criatura nua, mira tua.
Veste roupa branca
Olha na janela
Vou sair pra dançar,
Criatura.
Futura, tua figura fulgura.
Pena vermelha pendura
Veste roupa branca
Com consentimento
Torna retumbante
Cura.
Criatura nua, pura filgura
Cria tua
Cura.
Voa bem alto,
Mas morra baixinho
Sem seu vizinho saber
Sopra bem leve e alto
Requebre, namore
A brisa lembrança de mim
Corta, tão rápido salta
Pra dançar única e louca,
Profunda vontade de nascer
Bicho tá solto no mato, no mato corre
Representando, de fato, o ouro e o pobre
Basta o complexo sem nexo que se descobre
E sai do plexo a força de quem não pode
Querendo, quero, ó “homi”, me orgulhar
Da força de Obá que faz soar
O brado da gente a caminhar
Alegre e salve o popular
Obá, Obá, Obá, Obá
E toda terra fervilha a conceder
Dia com dia, asfalto a germinar
Balacobaco combina pra empilhar
Abre a porteira pro velho secular
Reina nas águas, atinge evolução
Muda tudo trazendo o coração
Poceiras, enchente, construção
A casa é minha nação.
Trouxe fermento e fogo a remexer
Nas labaredas a história a contramão
Quem paga o pato aqui faz confusão
E de coitado Brasil, não quero não.
Mulher da guerra, solar do bem-querer
Das águas e a terra faz brotar
O mesmo ao homem a desejar
Proeza e força, eu vim, só pra te dar
Obá, Obá, Obá, Obá
Já viu, já viu a lua hoje? Já viu? Já vi.
Já vi a lua, tá tão bonita, já viu? Já vi.
Concepção, autoria e direção: Nani Barbosa
Produção Musical: Nani Barbosa
Arranjos: Nani Barbosa, Matias Nuñez, Kabé Pinheiro e Flavio Franco Araujo
Colaboração no arranjo de “Prudência”: José Bacellar
Baixo elétrico em todo disco, violão em “Avareza”, voz em “La Fiesta” e “Concrete Music”: Matias Nuñez
Percussão, Bateria em todo disco e percusssão vocal em “Avareza” e “Prudência”: Kabé Pinheiro
Piano em “La Fiesta”: Flavio Franco Araujo
Vozes e violões no disco: Nani Barbosa
Mixagem e Masterização: Flavio Franco Araujo
Direção de arte visual (album e site): Simon Ducroquet
Fotos no site: Leonardo Alvares de Mello, Bruno Stock, Ana Paola, Ana Paola Marioti Castro, Isabela Barbosa e Simon Ducroquet
Gravado entre os meses de Maio e Agosto de 2014 no estúdio BongÔMusics, em São Paulo.
Disco feito de maneira independente
Nani Barbosa é compositora, cantora e instrumentista brasileira, da cidade de São Paulo. Participou de grupos que contemplam a música tradicional do Brasil e do mundo, experimentação vocal, música eletroacústica e lança agora seu primeiro trabalho solo autoral – Naïf . Assina, neste disco, a concepção, a produção e divide os arranjos com os músicos que integram o projeto. É também musicoterapeuta e professora de canto popular e voz cênica.
email: contatonanibarbosa@gmail.com
CONTATO
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